Ocaso de verão
Uma verdade sobre amar quem não merece. Quando você se ama no outro e esquece de se amar, e quando se dá conta, você se auto-destruiu por alguém que nem valia a pena.

O calor infernal da noite despertou-me
Olhei pela janela quase derretida
Vi no meu quintal um anjo despencando
E suas asas carcomidas
Vesti meu roupão e saí esfregando os olhos.
Ao me aproximar, o anjo tentou mover-se,
Tateou hematomas brilhantes em seu corpo
E várias feridas sem conter-se
Arrastei-o para meu leito
Com cuidado para com seu lindo corpo de luz
Cuidei de suas aflições
E ofereci tudo o que tinha eu de homem só e jus
O anjo radiava beleza
E minha vida entrava por aquelas feridas
Eu ficava cheio de uma estranha fraqueza
Enquanto ele brilhava mais ainda,
Fez de minha casa seu paraíso
e usava de mim para um prazer banido
sua luz passou a me envelhecer!
um humano solitário e um anjo caído
O silêncio de um retrato
Que repousa junto às roupas na mala
Não é esta minha amargura
É somente a vida que desbotou em gotas de maldade
A caixinha de música que toca balé para ninguém
E a bailarina que dança rio abaixo de saudade
Não sou perfeito, não nasci anjo
Nem os anjos são felicidade.
Eu amo cada palavra.
LikeLike
Quanta sensibilidade!!! Já sou fã deste poeta. Voltarei aqui sempre!!!
LikeLike