Jogo das sombras
Lembro de ver nosso abraço projetado naquela parede. Suas mãos embalando meu corpo e minha alma. As mesmas mãos que mais tarde esquartejariam o meu coração.

Lembro de ver nosso abraço projetado naquela parede. Suas mãos embalando meu corpo e minha alma. As mesmas mãos que mais tarde esquartejariam o meu coração.
A brevidade do ser. Um pouco do que os olhos veem fica como um rascunho pálido na memória. Mas o que acontece com o resto dos nossos dias, ou com a ideia de que somos meros mortais e orgânicos?
Aeroporto de Guarulhos, 05 de fevereiro de 2018 – Acabei de abraçar minha família, passei pela imigração. Lá estava eu todo desconfortável tentando caber naquele banco próximo ao portão de embarque, mãos suando e tremendo segurando meu passaporte e minhas passagens, um filme passando na minha cabeça. Não sabia ao certo o que estava sentindo.…
Um pequeno lembrete de que tudo está maravilhosamente bem com ou sem a significância que atribuímos a nós mesmos.
Uma verdade sobre amar quem não merece. Quando você se ama no outro e esquece de se amar, e quando se dá conta, você se auto-destruiu por alguém que nem valia a pena.
Nem sempre nós amamos o outro, mas a IDEIA criada a partir do outro. Este poema descreve a dor de enxergar através das expectativas e da projeção.
Dois mil e vinte. O ano começou com uma pandemia que nos obrigou a nos recolher. Medo da morte, corpos pilhados, escândalos políticos. Estar num encontro consigo mesmo dentro de poucos metros quadrados fez com que a poesia me visitasse em forma de ansiedade.
Minha mãe me disse uma vez que eu quase não nasci, que meu parto foi uma milagre. Cheguei atrasado, e nós dois quase morremos. Talvez aquela ânsia pela liberdade que quase nos custou a vida tenha me acompanhado até os dias de hoje. Sempre tive sede pela partida, pelo novo, pelo desconhcido. Às vezes o…
Poema pós sexo, no ônibus de volta pra casa. Não desses que seu coração quase para perto de um orgasmo e prazer. Mas um poema quase diabólico sobre uma sensação de assexualidade, de se sentir sujo e usado.
A dualidade sempre foi parte de mim, desde o berço, do signo e da história. Minha frenesia e um olhar para um estranho no espelho me fez compor com brutalidade estas linhas